Temos o direito de julgar as outras religiões?
Caros amigos, dias atrás, postamos no Blog SF uma reflexão sobre tolerância e concordância entra as religiões. É no contexto de tal tolerância que até mesmo alguns cristãos evangélicos questionam o julgamento apologético. Não são poucos os que censuram a apologética cristã como uma disciplina preocupada em apontar os erros das religiões. Será que é correto julgar a fé dos outros? O que Jesus quis dizer com o imperativo: “Não julgueis, para que não sejais julgados”? (Mt 7.1). Uma coisa é certa: Jesus julgou veementemente as seitas de sua época. Saduceus, fariseus e escribras ouviram de Jesus palavras fortíssimas. “Hipócritas”, “raça de víboras”, “serpentes”, “sepulcros caiados”, “filhos do maligno”, “proselitistas”, “insensatos”, “condutores cegos” são apenas alguns exemplos que desfilam no capítulo 23 de Mateus.
É verdade que há líderes de seitas cuja biografia mereceria alguns desses adjetivos mencionados por Jesus, mas a apologética cristã não se ocupa de julgar as pessoas, mas sim as doutrinas que elas defendem. Não que Jesus tenha agido de forma errada. Absolutamente! Jesus podia censurar de forma contundente, pois conhecia os corações de seus oponentes. Mas independente disso, o fato é que não somente é lícito julgar as outras religiões, como é necessário. A presente reflexão mostra como foram vários os julgamentos dessa natureza nas páginas do Novo Testamento.
Julgar os fundamentos doutrinários de determinado grupo religioso e classificá-lo como falso pode parecer uma atitude arrogante, uma atitude que “cheira” prepotência. Esta conclusão ocorre especialmente quando o julgamento religioso é registrado em uma cultura que ignora os princípios bíblicos, tolerando e apoiando, exacerbadamente, tudo o que contraria a fé cristã. Sabemos que não nos faltam exemplos dessas ocorrências, a prática homossexual e o aborto são alguns deles. Nesse contexto, a “tolerância” é a bandeira que ridiculariza qualquer um que ouse apontar seu dedo para julgar alguém ou alguma coisa.
Por outro lado, a Bíblia orienta os cristãos a se separarem das práticas pecadoras dos homens. E vai mais além ao expor seus erros. “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.21). Mas como podemos “examinar tudo e reter o bem” se não podemos julgar o certo e o errado?
“Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1)
O que Jesus quis dizer quando disse isso? Estaria ele se opondo aos julgamentos que fazemos sobre as diversas religiões? Na realidade, o emprego desse versículo para se contrapor a todo e qualquer julgamento é um crasso erro de interpretação. Essas palavras não se referem a toda modalidade de julgamento. Tanto é assim que, no mesmo capítulo, Jesus nos exorta a tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15) e arremata dizendo que podemos julgá-los por seus frutos (Mt 7.20). Outrossim, há outras passagens em que podemos vislumbrar julgamentos. Vejamos:
Jesus julgou os religiosos de sua época
Veja o julgamento público de Jesus emitido contra os escribas e fariseus:
“Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.
“Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
“Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro? […] Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
“Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade.
“Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
“Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! […] Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”. (Mt 23.13-33; grifo do autor)
Pedro julgou Ananias e Safira
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).
Paulo julgou os gálatas
“Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?” (Gl 3.1).
Paulo chegou até a admitir que suas palavras fossem julgadas: “Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1Co 10.15), e declarou que “o que é espiritual é capaz de julgar todas as coisas” (1Co 2.15).
Sim! Podemos julgar as religiões
Diante do exposto, a razão pela qual dizemos que algo é certo ou errado tem respaldo na Bíblia (leia: “Verdade ou Mentira?”), que nos apresenta um padro moral e doutrinário absoluto a ser observado. Ela é o padrão de julgamento correto: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.20).
Se não batalharmos pela verdade, ela será vencida e esquecida. Se não expusermos os desvios das seitas e religiões, elas conduziram a humanidade à destruição eterna. Quando tecemos julgamentos, isso significa que reconhecemos a existência de absolutos. Em um mundo que venera o relativismo, e os diversos grupos religiosos clamam por tolerância, os absolutos não são bem-vindos.
O ministério de um apologista cristão deve ser, portanto, apresentar a verdade da Palavra de Deus tal como ela é. Não é possível negociá-la ou transformá-la, adequando-a aos caprichos das pessoas. As seitas são falsas porque negam o verdadeiro Deus, acrescentam obras à salvação e corrompem as verdades bíblicas (leia: “Comprando a Salvação“).
O destino de todos quantos seguem tais caminhos é a condenação e, por isso, fazer qualquer coisa que não seja adverti-los seria um ato que revelaria falta de amor.
Por Matthew J. Slick Tradução de Elvis Brassaroto Aleixo
Comentário
Marya
Só quem pode julgar é Deus e o filho de Deus!!
Jesus julgou mas ele é o filho de Deus, somos pecadores não somos dignos de julgar nosso irmãos….
Sidiane
perdeu tempo lendo pra dizer algo que não entende..
Jesus era Filho e Pedro ? e Paulo?
Assim somos nos, e se hoje vc não julga seu irmão com amor vc vai pecar como diz em Tiago 4.17
Nilton César Cavenaghi
Somente Deus
Nany
Eu vejo tanta gente que diz que vão ser salvos pq seguem a doutrina. Que A MINHA igreja é a mais certa de todas que existe. Nós vamos ser salvos. MINHA IGREJA É ISSO. MINHAAA IGREJAA. Desculpa mas essas pessoas que conheço que enche a boca pra falar da fé dos outros e colocam a sua no altar, fizeram e fazem coisas que eu como católica(a religiao ruim, errada, como jq ouvi muito) jamais teria coragem. Eu acho que temos que olhar pra dentro de nós e analisar com verdade, se temos direito de julgar o outro por sua religião. Se nem pelos atos podemos. Vc ser de determina religião nao muda quando suas atitudes continua igual a dos outros ou até pior do que vc julga.
Humberto
(1Co 10.15), e declarou que “o que é espiritual é capaz de julgar todas as coisas” (1Co 2.15).
Isso é certo mas onde estão esses homens espirituais?
Difícil encontrar hoje em dia esses homens, veja a vida dos apóstolos cm foi e veja a vida dos pregadores hj. A nossa geração é a pior de todos os tempos da humanidade.
Humberto
Tiago capítulo 1
26 Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã.
27 A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.
agnaldo.manoel
Devemos julgar sim, isso não quer dizer condenar.Deus ‘e o juiz. mas diante de tanta heresia dentro do nosso arraial.não haja silencio em vós.